terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O Homem que Copiava (2003)

 

[Jorge Furtado parte de uma situação comum pra criar uma história intrigante e envolvente]

O segundo longa do diretor Jorge Furtado (Houve Uma Vez Dois Verões) é um trabalho extremamente agradável, bem feito e engraçado. Conta com algumas pequenos problemas, é verdade, mas mostra que o Brasil pode realizar obras inteligentes e originais sem apelar para os mesmos temas batidos de sempre.

André (Lázaro Ramos) é um jovem de 19 anos, que trabalha como operador de fotocopiadora em um pequena loja em Porto Alegre. André vive sua vida de maneira ordinária, devido ao seu baixo salário, que não lhe permite fazer muitas coisas. Porém, tudo muda quando ele se apaixona por sua vizinha Silvia (Leandra Leal). A partir deste momento ele vê sua vida girar de cabeça pra baixo.

De início, já somos expostos a uma cena hilariante, que mostra bem a situação pela qual se passa o protagonista. André possui uma vida simples, e isso cria de imediato uma empatia com o espectador. Depois, somos continuamente apresentados a sua vida por meio de sua narração em off. Há o seu trabalho, a sua família, a sua vizinha, todos detalhados de forma divertida, mas por horas excessiva. A narração se mostra um bom instrumento para passar informações importantes e interessantes, mas o praticamente monólogo de André durante uma boa parte do filme chega a cansar e incomodar.

O Homem que Copiava se vale de um roteiro esquemático e de uma direção que usa artificios interessantes para construir e decorar a história. A montagem é fantástica e é bem claro que Jorge Furtado quis criar algo diferente. Isso se mostra no uso de alguns mecanismos curiosos, como o uso de pequenas animações para passar dados e detalhes divertidos, apesar de alheios a história principal. Se por hora somos apresentados a cenas e situações desnecessárias (como a tentativa de um final surpreendente, mas que não convence), por outra também somos apresentados a cenas que nos surpreendem positivamente, com suas situações impagáveis.

O elenco é um dos pontos altos do filme, com interpretações seguras e convincentes, além de ótimos diálogos. Lázaro Ramos passa para a tela de forma brilhante o jovem inseguro, ingênuo e desiludido. Luana Piovani surpreende, apesar de fazer um papel conveniente a ela, assim como Pedro Cardoso. Leandra Leal completa o quarteto principal, também muito bem.

Por fim, O Homem que Copiava é um bom filme brasileiro nas mãos de um diretores mais proeminentes no cenário nacional. É relativamente longo para o que se propõe, mas pode ser considerado um trabalho bem statisfatório.

Nota: 7,5

Título Original: O Homem que Copiava 
Direção: Jorge Furtado
Gênero: Comédia, Romance, Drama
Duração: 123 min

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