domingo, 7 de fevereiro de 2010

Não é Mais um Besteirol Americano (2001)


[Parodiando filmes adolescentes das décadas de 80 e 90, o filme consegue divertir, ainda que não agrade a todos]

Antes de tudo, é preciso dizer que a tradução brasileira mais uma vez prejudicou  parcialmente a imagem de um filme para os espectadores daqui. Este não foi o único problema em sua divulgação (o poster é péssimo), mas ao lermos "Não é Mais um Besteirol Americano", há a impressão de que o filme faz sarro de filmes literalmente besteirois quando, na verdade, parodia filmes adolescentes famosos, que marcaram sua época, seja como comédia, romance ou drama. O filme possui muitas besteiras e algumas vulgaridades típicas, é verdade, mas as imitações de outros filmes são bastante engraçadas e sutis.

A história principal gira em torno da tentativa, por parte do popular Jake Wyler (Chris Evans), de transformar a isolada Janey Briggs (Chyler Leigh) na rainha do baile do colégio John Hughes. Por fora, ainda temos os três jovens nerds que querem perder a virginidade (Ox, Bruce e Mitch), a líder de torcida patricinha (Priscilla), o "token black guy" (Malik), o gordinho azucrinado, a garota popular malvada e diversos outros esteriótipos encontrados nestes tipos de filme. Porém, o longa não tenta ser extremamente apelativo ou forçado, como encontramos em algumas porcarias lançadas recentemente (Espartalhões, Liga da Injustiça, etc) fazendo boas sátiras, de modo a não desmerecer o filme representado.

A tentativa da fazer a menina isolada virar a rainha do baile é paródia de Ela é Demais. De American Pie, vem a cena inicial e o menino Ox (paródia do romântico Oz). De Segundas Intenções, a irmã que gosta do irmão. De 10 Coisa Que Eu Odeio em Você, a irmão que depende da irmã e o garoto do aplauso. Isso só pra citar alguns. Ainda há claras referências a Beleza Americana, Teenagers - As Apimentadas, Gatinhas & Gatões, Karatê Kid e diversas outras hilariantes, como nas menções a O Clube dos Cinco e Nunca Foi Beijada. As opções eram imensas, e o filme conseguiu reunir a essência de cada um desses ( e de outros), de modo a causar um reconhecimento  quase instântaneo por parte de quem já viu o filme.

O roteiro pode parecer o mais imbecil e simples possível, mas é extremamente engraçado e consegue unir os filmes de forma pertinente e, até diria, inteligente. Cada paródia tem uma cena especial para si, juntamente com outras clássicas do próprio filme, como número musical na formatura. Não é Mais um Besteirol Americano faz graça dos diversos clichês que são jogados na nossa cara nos filmes do gênero e, por mais que saibamos o que vem pela frente, ainda sim  conseguimos rir, já que o retrato é a mais pura verdade. Por horas pode exagerar de forma desnecessária (principalmente com Catherine), como nas cenas de conotação sexual e humor negro, mas é impressionante como o humor se mantem constante, com atuações decentes e boas sacadas dos roteiristas. As piadas funcionam de modo eficiente.

Porém, é natural reconhecer que este é um filme que não agrada a todos, principalmente aos não fãs de comédias escrachadas. Também pode ser chato pra quem não viu ou não sabe do que se trata os filmes satirizados. Contudo, isso não o impede também de ser altamente subestimado, pois já vimos o seu "irmão" Todo Mundo em Pânico fazer um imenso sucesso partindo da mesma premissa. Premissa essa que impediu Não é Mais um Besteirol Americano de se tornar um pequeno clássico da comédia, talvez por alguns pequeno exageros do longa em si mas, essencialmente, pela péssima divulgação e o consequente pré-conceito gerado em torno dele.

Nota: 7,5

Título Original: Not Another Teen Movie
Direção: Joel Gallen
Gênero: Comédia
Duração: 89 min

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