[Vazio e inconsistente no que se propõe, O Sequestro do Metrô se salva pelo personagem de John Travolta]
Nesta nova parceria do diretor Tony Scott (Top Gun, Déjà Vu) e do ator Denzel Washington, temos mais um longa policial bobinho, despretensioso e puramente comercial. Ainda que decepcione no que concerne a ação puramente dita, o filme se segura na interação contínua entre o personagem de Washington e Travolta.
O enredo do filme se passa em Nova York, onde um trem do metrô é sequestrado por um grupo criminoso. Grupo este que é liderado pelo misterioso Ryder (John Travolta) e que exige um alto pagamento em dinheiro para não executar os reféns. Do outro lado da negociação está o controlador de tráfego Walter Garber (Denzel Washington), que acaba se "envolvendo" com o bandido para resolver o problema.
Pode-se dizer que O Sequestro do Metrô acaba se desenvolvendo mais como um pequeno drama psicológico. De um lado temos o afetado Ryder, com um passado obscuro e muito rancor em seu coração; e do outro temos o humilde Garber, aparentemente um cidadão comum, mas com problemas judiciais a serem acertados. Durante boa parte do longa, somos constantemente apresentados ao embate entre os dois, em um processo que acaba por construir uma "sincera" relação de amizade entre ambos. Ainda que por hora estes diálogos soem forçados e sem propósito, muitos deles acabam por se tornar interessantes, abordando temos como religião, política e a sociedade de forma geral. É verdade que Scott por horas exagera na tentativa de humanizar ambos, achando justificativas baratas para os seus atos errados, mas, de todo modo, é este embate que segura o filme e o salva da mediocridade.
No que concerne a ação talvez esperada pelo espectador, O Sequestro do Metrô decepciona, e muito. Salvo um ou outro momento que realmente consegue gerar uma pequena tensão, o filme é marcado pela previsibilidade chata e convencional. Mesmo com o uso de alguns artifícios, como o relógio correndo e a constante pressão por parte do grupo, a adrenalina não chega a fluir no corpo, talvez devido aos mal representados reféns, sempre acomodados e sem transtornos; talvez a ineficiente trilha sonora, sempre importante nesses filmes; talvez as poucas (ou nenhuma) reviravoltas e sacadas inteligentes por parte dos roteiristas. Enfim, são vários os motivos.
Observando a parte positiva do filme, temos as atuações de Washington e Travolta, com o último surpreendendo pela energia que traz ao longa. Seu personagem é convincente, bem caracterizado e altamente expressivo quando deve. Do outro lado, temos um já acostumado Denzel Washington, em um típico papel que já vimos ele exercer diversas vezes. É verdade que por oras realmente ele parece não se dedicar totalmente ao seu personagem, mas é preciso reconhecer o mérito de uma outra boa atuação. Por fora, ponto positivo para John Turturro.
Por fim, O Sequestro do Metrô é uma razoável e longa fonte de entretenimento, que desaponta por não alcançar um nível parecido de outros trabalhos semelhantes. O resultado não é satisfatório e definitivamente não corresponde as expectativas.
Nota: 4,0
Titulo Original: The Taking of Pelham 1 2 3
Direção: Tony Scott
Gênero: Drama, Policial, Ação
Duração: 121 min
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