[Nesta obra auto-intitulada O Lobisomem, o protagonista em si é a parte mais desinteressante do filme]
Neste novo longa do dirtor Joe Johnston (Jumanji, Jurassic Park III) temos a volta de um dos monstros mais populares do mundo para o cinema. Porém, não espere uma bela construção do personagem, com toda a mitologia em torno dele. Sim, ele ainda se transforma durante a lua cheia e é suscetível a objetos de prata. Contudo, neste longa o lobisomem em si acaba funcionando muito mais como uma máquina mortífera contínua, num roteiro chato, convencional e previsível.
Com um belo começo de filme, somos levados a Inglaterra do final do século XIX. Numa pequena cidade, o irmão de Lawrence Talbot (Benicio del Toro) é assassinado de forma misteriosa. Disposto a esclarecer as causas, ele se junta ao seu pai John (Anthony Hopkins) e a mulher do irmão Gwen (Emily Blunt) para descobrir que o responsável foi um lobisomem. Com isso, inicia-se uma busca e investigação por parte de Lawrence e da Scotland Yard, liderada por Abberline (Hugo Weaving), para acabar com o monstro.
Se procura um filme com bastante brutalidade, violência e sangue, O Lobisomem é uma boa pedida. Porém, se espera uma trama um mínimo envolvente ou bem bolada, não espere grande coisa. Johnston optou por um construir um filme descerebrado, que ainda peca nos poucos bons momentos de suspense e terror, não causando o arrepio necessário ou esperado. Falta (e muito) aquela expectativa e tensão típica dos filmes de horror.
A trama principal, apesar de promissora no início, mostra-se corrida e atropelada, apelando para soluções simplistas. Os bons flashbacks iniciais servem apenas como complementos a história, sem auxiliar num desenvolvimento mais denso do personagem. Os ciganos são mal aprovetados e os policiais excessivamente aproveitados. Algumas partes interessantes, como a do hospício, são mal desenvolvidas e deixam a desejar. O final é constrangedor e embaraçoso.
Os pontos realmente positivos do filme acabam sendo o seu belo visual e o seu respeitável elenco. A atmosfera criada é bem realista e bonita, com uma fotografia soberba e uma bela recriação de época. O elenco acaba sendo uma das alavancas do filme, com esperadas boas atuações, apesar do personagem de Emily Blunt se mostrar extremamente desnecessária.
Por fim, O Lobisomem acaba funcionando como uma longa e dispensável fonte de entretenimento. Está longe de ser marcante ou memorável e deve ser apenas mais um na lista de filmes de monstro esquecíveis.
Nota: 4,5
Título Original: The Wolfman
Direção: Joe Johnston
Gênero: Suspense, Terror
Duração: 102 min
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